23.1.07

ALAGOINHAS EM FATIAS - II




Na antiga estação de trens
Eu analiso o passado sob a cabeça da coruja
E certa noite bebi vinho barato
(daqueles que nem rolha tem),
cortejando o abismo vivo,
O mistério que eu preciso.

No interior há caminhos de areia & barro,
Lágrimas & 51,
Ervas & ilusão azul na tela fria.

Uma vida eu vivi na Praça Kennedy,
Voltando as 3 da madrugada no asfalto prenhe,
Vendo relâmpagos desenhar na noites árvores esqueléticas.
Comer um hambúrguer tarde da noite,
Em meio a morcegos cheios de olhos dentados.
Na rua Areia Branca,
Na rua que vai dar nas casas de luzes vermelhas,
Um dia uma criança ia morrer,
De falta de ar ou falta do que fazer.
Um dia eu vi um velho tocando acordeom,
Outro dia eu voltando de lá, uma banda num bar:
Zabumba, triangulo & sanfona.
Um dia na noite umbigos & bocas,
Promessas & pronomes,
Nomes riscados na areia suja,
Cachorros babando meu nome,
Um velho Fusca no concerto,
Protestantes nascem da terra,
Protestantes maculam a terra e o nome
Porque quase todos são analfabetos na linguagem do mundo.

1 Comments:

Blogger Ana Barbosa said...

Faltou o Laranjazz, Marcão, as vizinhas com cadeira na porta...

6:44 PM  

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